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Descrição
Última atualização: | Ref: AP6006_VIEIRA
O bairro da Liberdade, em São Paulo, atrai turistas do mundo inteiro. A região é conhecida por abrigar a maior comunidade japonesa do mundo fora do Japão. Além disso, as feiras, restaurantes, parques e construções características da arquitetura asiática também chamam a atenção das pessoas que passam por este bairro que se destaca no centro da capital paulistana. Entretanto, o que pouca gente sabe é que a região antes era habitada pela comunidade negra e que, ao longo das últimas décadas, parte desta memória foi ocultada.
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Nos últimos anos, alguns episódios que ocorreram na Liberdade trouxeram à tona o debate sobre o multiculturalismo da região. De acordo com o jornalista e pesquisador Abilio Ferreira, que estuda a região, esta cadeia de acontecimentos começou em 2016, quando o cantor Aloysio Letra escreveu uma música chamada quot;Rua da Glória quot;, que fala sobre a história da região. No mesmo ano de lançamento da canção, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) iniciou o processo de tombamento patrimonial do bairro. Segundo a entidade, a decisão é uma forma de preservar a dimensão sociocultural da história e da paisagem local.
Dois anos depois, em 2018, um empresário chinês demoliu um antigo sobrado de sua propriedade, situado em frente a Rua Galvão Bueno. Entretanto, a demolição e o processo de fundação de um novo edifício no terreno colocaram em risco de desabamento a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, uma das construções mais importantes para a preservação da história do bairro. Além disso, no terreno demolido foram encontradas ossadas de nove pessoas.
O início da Liberdade
Antes mesmo de ganhar o nome Liberdade, quando ainda era conhecida como quot;Bairro da Pólvora quot;, a região era majoritariamente ocupada por pessoas negras. O que conhecemos hoje por Largo da Liberdade, por exemplo, era antes chamado de largo da Forca, visto que era o local onde escravizados fugitivos eram executados após serem condenados à pena de morte.
quot;A população negra se encontrava nas fontes públicas, nos chafarizes, nas margens dos rios e nas pontes, lavando roupa e apanhando água para abastecer as casas, ocupando os arredores dos sobrados das elites quot;
Abilio Ferreira
Além disso, o Cemitério dos Aflitos, construído entre , é outro importante ponto para entender a história da região. Situado entre a Rua dos Estudantes, a Rua Galvão Bueno, a Rua da Glória e a Radial Leste, o local a céu aberto era reservado ao sepultamento de escravizados, indígenas, e de condenados à morte na forca. Com a inauguração do Cemitério da Consolação, em 1858, o espaço parou de ser utilizado. Dessa forma, somente a Capela de Nossa Senhora dos Aflito...